Diego Souza lembra conversa em apoio a Régis no São Paulo por vício em drogas: “Difícil de se abrir”

Diego Souza lembra conversa em apoio a Régis no São Paulo por vício em drogas: “Difícil de se abrir”

Diego Souza lembra conversa em apoio a Régis no São Paulo por vício em drogas: “Difícil de se abrir”

Régis Ribeiro de Souza estava no auge da carreira quando assistiu seu próprio sonho desmoronar. Em menos de sete meses, assinou, atuou e rescindiu contrato com o São Paulo por um motivo pouco exposto no futebol, mas revelado pelo jogador: o vício em drogas. Ali, afundado na depressão, recebeu o apoio de atletas que dividiam com ele a rotina nos campos. Entre eles, Diego Souza.

Atualmente no Sport, o atacante de 38 anos era um dos líderes do São Paulo na época e lembra da conversa que teve com Régis nos bastidores do clube.


A única coisa que eu falei com ele foi que: cara, eu vim de uma situação de periferia, vi muitas coisas, e se ele não trabalhasse com a verdade ninguém poderia ajudar ele.

Diego cresceu na Ilha do Governador, localizada no lado ocidental do interior da Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, e chegou ao São Paulo em alta – no início de 2018. Havia sido negociado pelo Sport por R$ 10 milhões, após uma temporada como artilheiro e convocado para a seleção brasileira de Tite. Era, portanto, uma das referências no time.

Na época eu soube da situação do Régis e é muito difícil porque às vezes as pessoas ficam um pouco envergonhadas, é muito difícil de se abrir. Muitas vezes as pessoas falam: ah eu vacilei, eu errei, mas se não trabalhar com a verdade ninguém consegue ajudar – conta o atleta.

Diego lembra do que via acontecer ao seu redor com amigos próximos e diz que há dificuldade para conseguir sustentar o impacto do acúmulo de problemas com “amigos, bebida, prazer e outras coisas parecidas”, como chama o próprio atleta.

Quando você está em um momento difícil, você junta amigos, junta bebida, e isso tudo acaba fazendo você se afundar porque vai desencadeando uma coisa na outra. Eu disse que a carreira dele era a coisa mais importante, que era a principal fonte de renda e tinha que dar um limite. Ele tinha que acreditar nele mesmo, porque nesses momentos é muito difícil conseguir apoio.


É muito mais fácil ter forças para se jogar no mundo e acabar com sua vida do que botar no interior que precisa ser forte.

— conta o atacante, em referência ao que via acontecer de perto.

Ao relembrar o momento, Diego Souza conta que ofereceu apoio como amigo e fez um pedido: para que Régis trouxesse para perto as pessoas que têm carinho e se importam com ele.

Pedi para ele que juntasse as pessoas que mais gostavam dele, que mais acreditavam, mais cobravam ele, e fosse para casa ficar com essas pessoas porque elas levariam ele para o lado positivo da vida. Disse que se ele precisasse conversar, alguém para estar junto, que me ligasse e a gente conversava, buscava opções e eu ia ao encontro dele.


Nesse momento você tem que confiar em alguém e estar perto de pessoas que querem o seu bem, porque fora isso você não consegue não.

— afirma o jogador.

Cinco anos depois, Régis diz que Diego Souza, Rodrigo Caio, Hudson e Nenê foram “os caras” que estenderam as mãos para ele. Ofereceram ajuda “desde que quisesse”, mas diz que não era o caso de querer, porque já estava enfrentando um problema. A situação no São Paulo terminou incontornável. Régis teve inicialmente o contrato suspenso e pouco depois rescindido “por questões pessoais”.

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